domingo, 2 de novembro de 2008

Do gênio e do medíocre, ou idiota se preferir!

Conheci vários idiotas no decorrer desta longa vida que ando levando adiante com a barriga de cerveja, parece que não vai acabar tão já o que me faz pensar que ainda vou conhecer muitos mais. Mas viemos aqui hoje falar de outra coisa. Envolve o medíocre também, mas não vale a pena colocá-lo no centro das atenções já que ele naturalmente sempre está. Não aqui é “deferente”. Gosto de falar “deferente” e não diferente. Mas isso fica para mais adiante. O gênio é aquela figura que quando você compreende acha genial, é... ...o próprio nome já diz. E isso não foi genial!? Mas quando você reconhece o pensamento de outro ser e consegue compreender todo um encadeamento de idéias pouco convencionais isso pode ser chamado de genial. Conseguir ser compreendido, através de uma linguagem artística não verbal (pintura, escultura, música, física, epistemologia, política, gastronomia, etc.). Mas o idiota pode ser assim compreendido também. Veja o caso do Galvão Bueno, Latino, Gugu, etc. Então quando alguém faz alguma coisa que muita gente entende, como a Micareta, ele pode ser chamado de genial porque colocou ali a “voz do povo” com toda sua brasilidade, um caldeirão de cultura e raças!! Vá lá...
Mas se você não compreende direito o que alguém faz, como por exemplo o show do Art Ensemble of Chicago que assisti no Sesc Vila Mariana, eram quatro músicos que deviam tocar muito bem, mas que ali não tocaram nada ficou cada um no seu quadrado mandando brasa sem nem sequer dar ao trabalho de perceber o que o outro músico a seu lado fazia. E não me venha com essa de acordes dissonantes, ou um novo-conceito-de-jazz porque foi uma merda. Cansativo pra burro. Mas todo mundo fez cara de que gostou, ou que foi “muito loco!”, ou que era, adivinhem? Genial. Pronto se você não entende pode falar que é genial que tá limpo! Pode até mesmo pegar mal dizer que não foi bom, eu mesmo disse isso e me olharam torto. Imagina o Mateus Potumati que morou em Chicago, ele ia delirar, suar frio, ter febre de emoção e dizer “É Rafa... ...você não entende é um Power-soul-jazz-niggaz-chicago-fui-preso-sem-carta!!” Tá bom vai... ...mas achei uma merda. Você pode também dizer que foi ruim, por mim não há problema nenhum, por mim cada um, cada um! Por exemplo um dia disse que Raul Seixas era ruim, mas isso é mesmo. Mas disse que Chico Science é chato, e é mesmo. Nesse dia uma gurizada me encheu o saco dizendo que ele era “um ícone plugado na lama”, ora vá a merda a lama, o ícone, ou seja lá o que ele queria fazer.
Voltando ao assunto do gênio e do medíocre, se você não entende pode chamar de gênio, mas pode também falar que é medíocre. Eu mesmo acho esses escritorezinhos que se dizem contemporâneos medíocres pra burro! Mas tem quem gosta. E daí!
Essas bandas novas tipo Block Party, NXFresno, como diz meu amigo Bruka, tudo ruim. Bom mesmo é Black Sabbath, John Mayal, Pixinguinha, Dead Kennedys e Primus. Mas até aí deve ter uma pessoal dizendo que entendeu e me acha um...
Nossa! O final do parágrafo anterior foi genial vocês não acham? O suspense? Se é ou não genial! Estou espantado comigo mesmo! Simplesmente genial!

2 comentários:

Bruka disse...

GENIAL.

precisamos de gente como você (agora vc imagima o brukão vestido de tio sam e apontando o dedo na sua fuça)
abraço

thiagogias disse...

ÔLOCO Rafa, que mau humor da porra, hahahaha!!! Eu não vi o show do Ensemble, apesar de gostar bastante do pouco que ouvi da banda (é difícil encontrar discos dos caras pra baixar, mas consegui alguns aqui e, se vc quiser, te mando os links)...
mas meu comentário aqui é pra dizer q concordo com vc quanto ao lance do "gênio", ou seja, aquele cara cuja "produção artística" se situa numa esfera-celestial-em-contato-direto-com-deus, sem-muito-contato-conosco, meros mortais. Acho que esse lance de gênio é uma parada que contaminou o discurso sobre a arte principalmente após o movimento romântico (já faz 2 séculos, porra) e a gente ainda não conseguiu se livrar dele.
concordo também com o papo sobre essas novas bandas e os "escritorezinhos medíocres", principalmente aqueles que insistem em vomitar sua verve "melancolírica" (outro sintoma do romantismo anacrônico??), recheada de ai-que-dor e ai-que-solidão.
é isso aí, bom humor é coisa de gente deslumbrada, e se resolve prendendo o dedo na gaveta logo ao acordar.
abraços aí